A Incidência de Alzheimer em Mulheres: Um Alerta Global
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta milhões de pessoas no mundo, comprometendo a memória, funções cognitivas e a autonomia do paciente. Dados da Alzheimer’s Association (2024) apontam que cerca de dois terços dos pacientes com Alzheimer nos Estados Unidos são mulheres. Esse dado tem chamado a atenção da comunidade científica internacional, que busca entender por que o risco é significativamente maior no sexo feminino.
Estudos epidemiológicos demonstram que, além da maior expectativa de vida das mulheres, há fatores biológicos e hormonais que influenciam essa disparidade. A queda nos níveis de estrogênio após a menopausa é uma das principais hipóteses levantadas para justificar a maior vulnerabilidade cerebral feminina ao Alzheimer.
Estudos Científicos que Comprovam a Maior Incidência em Mulheres
Uma das pesquisas mais citadas é o estudo “Sex and gender differences in Alzheimer’s disease: current challenges and implications for clinical practice” (Lancet Neurology, 2021), que demonstrou diferenças estruturais e funcionais no cérebro feminino que o tornam mais suscetível ao acúmulo de placas beta-amiloides, um dos marcadores característicos da doença.
Outro estudo, conduzido pela Universidade de Stanford, indicou que mulheres portadoras do gene APOE-ε4 (um dos principais fatores genéticos de risco para Alzheimer) têm até duas vezes mais chances de desenvolver a doença em comparação com homens com a mesma variante genética. Esses dados reforçam a necessidade de abordagens clínicas diferenciadas entre os sexos.
O Que é a Carnitina e sua Função no Organismo
A carnitina é uma substância naturalmente produzida pelo organismo humano, sintetizada a partir dos aminoácidos lisina e metionina. Ela desempenha um papel essencial na produção de energia celular, transportando ácidos graxos para as mitocôndrias, onde são convertidos em energia.
Além disso, estudos recentes investigam a função antioxidante da carnitina e seu potencial neuroprotetor, especialmente em condições de estresse oxidativo e inflamação cerebral — processos intimamente ligados ao Alzheimer.
A Relação entre Carnitina e Alzheimer em Mulheres
Pesquisas realizadas na Itália e nos Estados Unidos indicam que a suplementação de acetil-L-carnitina pode trazer benefícios para mulheres idosas com sintomas iniciais de declínio cognitivo leve (DCL), uma condição que frequentemente antecede o Alzheimer.
Um estudo publicado no “Journal of Alzheimer’s Disease” (2020) mostrou que mulheres com baixos níveis plasmáticos de carnitina apresentavam desempenho inferior em testes de memória, linguagem e funções executivas, sugerindo uma possível relação entre a carência da substância e o comprometimento cognitivo.
Suplementação de Carnitina: Benefícios e Considerações
Estudos clínicos indicam que a suplementação de acetil-L-carnitina, sob orientação médica, pode melhorar a atenção, a memória e o desempenho cognitivo em pessoas com DCL e Alzheimer leve. Isso se deve à sua capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica e exercer efeitos antioxidantes no sistema nervoso central.
No entanto, ainda há controvérsias sobre a dosagem ideal e os efeitos a longo prazo, especialmente em populações específicas como as mulheres na pós-menopausa. Mais ensaios clínicos randomizados são necessários para comprovar sua eficácia definitiva no tratamento da doença.
Outras Evidências Genéticas e Hormonais Envolvidas
Além do gene APOE-ε4, outros fatores genéticos e epigenéticos estão sendo estudados. A variabilidade nos genes que regulam o metabolismo hormonal, como os receptores de estrogênio, também pode influenciar o risco de Alzheimer em mulheres. Estudos sugerem que a perda do estrogênio após a menopausa pode acelerar a neurodegeneração, aumentando a suscetibilidade à doença.
A exposição ao estresse crônico e a menor resistência às doenças cardiovasculares também estão associadas à maior prevalência de Alzheimer no sexo feminino, apontando para a necessidade de uma abordagem de saúde integral e personalizada para mulheres.
O Papel da Aster Psicologia e Psiquiatria Guarulhos no Tratamento do Alzheimer
A Aster Psicologia e Psiquiatria Guarulhos tem se destacado no acompanhamento humanizado e multidisciplinar de pacientes com Alzheimer e outras formas de demência. A clínica conta com psiquiatras, psicólogos e terapeutas ocupacionais especializados no manejo dos sintomas cognitivos, comportamentais e emocionais associados à doença.
O atendimento é centrado na pessoa e na família, promovendo a qualidade de vida e o bem-estar dos pacientes e seus cuidadores. Além disso, a Aster investe em capacitação contínua de seus profissionais e em abordagens baseadas em evidências, como a Terapia Cognitivo-Comportamental adaptada para idosos com demência.
Exemplos, Casos e Curiosidades
Um caso interessante acompanhado pela equipe da Aster envolveu uma paciente de 68 anos com Alzheimer leve, que passou a utilizar suplementação de acetil-L-carnitina aliada à terapia cognitiva. Após seis meses, observou-se uma melhora discreta mas significativa na capacidade de organização de tarefas diárias e na interação social da paciente.
Outra curiosidade é que a doença de Alzheimer foi descrita pela primeira vez em uma mulher: Auguste Deter, cuja história foi relatada por Alois Alzheimer em 1906. Essa relação histórica também evidencia a importância de continuar investigando o impacto diferencial da doença entre os sexos.
Compreender a relação entre o Alzheimer e o sexo feminino é essencial para avançar nas estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. A pesquisa sobre a carnitina, os fatores genéticos e hormonais, e as diferenças biológicas entre homens e mulheres mostra um caminho promissor para abordagens mais eficazes.
A atuação da Aster Psicologia e Psiquiatria Guarulhos nesse contexto é fundamental, oferecendo um suporte completo, humano e cientificamente embasado para pessoas com demência e suas famílias. Continuar investindo em conhecimento e cuidado é a chave para um futuro mais digno para os pacientes com Alzheimer.